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Deixe seu relato sobre algum fato sobrenatural...
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Conte uma relato sobrenatural que vc já viu ou ouviu falar..


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Post 121 Inserido por Comentário:
Nome: glaucia
De: passos
história meio loka
incrivelmente eu me emocionei com a história
Adicionado: August 25, 2011 Responder a esta entrada  Apagar esta entrada  Ver IP
Post 122 Inserido por Comentário:
Nome: Mary
Nossa...preguei os olhos nesse conto q até perdí a concentração no trabalho rsrs..mto legal,a história me prendeu...sentí medo,curiosidade e outras emoções...
Foi uma das melhores q lí até agora...q pena q acabou...podia ter uma segunda parte,uma continuação talvez...rsrsrs
Parabéns

Amigo edificio joelma ai ,foi forte rsrs
to esperando +++++++ obrigadinha
Adicionado: August 25, 2011 Responder a esta entrada  Apagar esta entrada  Ver IP
Post 123 Inserido por Comentário:
Nome: Luiz Alberto Hasse
Houve uma noite em que José Pedro, que vivia no campo, cuidando de suas ovelhas e plantações, com sua mulher e sua filha, acordou inquieto. Já passava da meia-noite e ele se levantou, ficando rapidamente alerta. A mulher, que dormia ao lado, fitou-o nos olhos e nada disse. Como que para responder a uma pergunta silenciosa, mas, mesmo assim muito eloqüente, ele disse:

-Acho que ouvi um barulho. Não sai daí.

A mulher seguiu-o como os olhos, uma expressão de medo neles. José Pedro caminhou pelo corredor estreito e curto e se postou ao lado da porta do quarto da filha. Escutou com calma, mas, desta vez, parecia não haver som algum. Abriu a porta o mais silenciosamente que pôde e caminhou devagar até ficar ao lado de sua cama. Sentia um vago termo, uma impressão indefinível de que alguma coisa estava errada. E de fato estava.

Virando-se para ele subitamente, com os olhos arregalado e um sorriso meio ensandecido, havia um rapaz na cama de sua filha adolescente. Teria mais ou menos a mesma idade dela, quinze anos, e, para acrescentar um toque de bizarro ao que já era assustador, ele estava usando a camisola de dormir da menina, que fora seu presente do aniversário mais recente.

O agricultor saltou para trás soltando um grito. Talvez ele esperasse acordar naquele instante de um pesadelo medonho, mas não foi o que aconteceu. O jovem pôs-se de pé e disse, ainda sorrindo com aquela zombaria mórbida em seu rosto de delinqüente:

-Que olhos grandes você tem, papai!
José Pedro demorou para articular a frase, mas ela finalmente saiu:
-O que você fez com a minha filha?

O rapaz apenas continuou sorrindo, e pôs as mãos na cintura, num gesto de petulância e desafio, o agricultor começou a sentir raiva no lugar de medo, e tornando-se visível que o invasor não portava arma nenhuma, gritou, avançando:

-Te fiz uma pergunta! Com é que tu entrou aqui? Onde é que ta minha filha?
-Sua filhinha estava deliciosa, Zé Pedrinho...

Era o apelido entre os amigos. Aquele garoto a conhecia bastante de sua casa e de sua família, era evidente, e agora era necessário agir. Homens como Zé Pedrinho eram de ação e paixão, e de pouco planejamento, e o dono da casa aplicou um soco bem dado na orelha do rapaz, que caiu sem reagir. No chão, apenas murmurou, agora sem sorrir:

-Mãozinha pesada...

A resposta de Zé Pedrinho foi um chute entre as pernas do jovem caído, que emitiu um gemido baixinho, e, lentamente, se pôs de joelhos, apoiando a cabeça no chão. Era um jovem magro e pálido, e não havia dúvida de que o homem do campo, com seu corpanzil largo e forte, podia manter a situação sob controle, em sua fúria crescente:

-Responde o que eu te perguntei!
-A porta estava aberta...
-Quê?!
-Perguntou como eu entrei. A porta estava aberta.

Aquilo era demais. Como é que alguém naquela situação podia estar brincando?! Só se... sim, era isso, ele não estava sozinho! Havia outros do lado de fora! Outros delinqüentes sem respeito pela casa dos outros nem pelos mais velhos! O medo voltava. Zé Pedrinho levantou o invasor do chão pelos cabelos e torceu seu braço atrás das costas. Enfiou sua cara na parede do quarto, emitindo baque. Em nenhum momento o jovem reagiu ou se queixou. Apenas comentou, com sangue escorrendo da boca e do nariz:

-É fácil ser valente com alguém com metade do seu tamanho, né?
-Quantos vocês são? Fala! Tem mais alguém contigo? Fala senão eu quebro teu braço, moleque!
-Eu to sozinho... e vou sair daqui sozinho.
-Duvido!
-Então quebra meu braço. É divertido machucar quem é mais fraco...

Zé Pedrinho ficou sem fala. Jogou o garoto no chão, houve um estalo, talvez da madeira, talvez das suas costelas. Ele franziu os olhos de dor, mas esboçou um sorrisinho. Olhou por cima do ombro do homem e disse:

-Oi, dona Lourdes, tudo bem com a senhora?
Zé Pedrinho voltou-se para trás, a mulher estava no corredor, de camisola e com o rosto mais branco que cera de vela. Muda de horror e espanto.
-Tu conhece esse sujeito, mulher?!
-Cadê a Juliana? Cadê a nossa filha?
-Tu conhece esse bosta?! Me responde, antes que eu...
-Cuidado, ele se levantou!!

Em pé e totalmente composto, a não ser pelo sangue no rosto, o invasor olhava para os dois, inexpressivo.

-Não. Ela não me conhece.

A resposta de Zé Pedrinho foi um murro no rosto, que desequilibrou o invasor, e um segundo no estomago, que o colocou sentado sobre a cama da menina. Lourdes começou a choramingar e a tremer. Enquanto apertava o pescoço do rapaz, Zé Pedrinho gritou:

-Te mexe, sua anta! Vai buscar minha arma! Esse desgraçado sumiu com a Juliana! Eu vou fazer ele falar...

A mulher correu, chorando alto agora. O invasor estava com os olhos esbugalhados e o rosto vermelho, e as mãos cerradas ao redor dos pulsos do dono da casa. Seus olhos encontravam os do agressor e, mesmo no domínio da situação, José Pedro sentia ainda um pouco de medo. Aqueles olhos eram perturbadores. Não havia medo, nem respeito, nem dor neles.

Talvez houvesse ódio. Com certeza havia malícia.

-Agora me responde, antes que eu te quebre o pescoço... o que é que tu fez com a minha filha, animal? – disse o homem, afrouxando levemente a pressão.

Num fio de voz, o rapaz respondeu:

-Nada... que ela não...quisesse...

Subitamente, o jovem franzino revelou uma força insuspeitada, arrancou as mãos de Zé Pedrinho do pescoço e, durante o breve momento de espanto que isso causou, repeliu-o com um pé. Não foi sequer um chute, apenas um empurrão, e o homem de noventa quilos foi parar na parede às suas costas. Suas costelas estalaram na tábua e ele caiu.

Quando começou a se levantar, o jovem já estava de pé, tocando levemente as marca que havia em seu pescoço. Não havia mais sorriso nem gracejo no olhar. Seu rosto, o rosto de um fedelho de quinze anos, petulante e sereno, era pura determinação e ódio. Um ódio frio e adornado de segurança.

Zé Pedrinho sentiu medo. Mais do que achava que podia sentir de outro homem.

-É diferente quando alguém reage, né? – disse o rapaz, numa atitude meditativa – Acho que você não ta acostumado.

Deu um passo inofensivo na direção do homem. Foi o suficiente, pois, evitando aqueles olhos a qualquer custo, o agricultor se colocou de pé aos tropeços e correu para fora do quarto. Encontrou a mulher, de rosto vermelho, parecendo em choque, com a velha espingarda nas mãos. Tomou-a num gesto relâmpago e engatilhou. Tinha o costume de guardar carregada.
O garoto de camisola surgiu na porta do quarto. Sorriu mais uma vez. Seu andar não dava nenhum sinal de que tinha levado uma surra.

-Atira, covarde. Me dá mais um motivo.

Por puro instinto, Zé Pedrinho disparou. No terror sobrenatural que aquele sujeito lhe inspirava, ele chegou a acreditar que o chumbo iria ricochetear em seu peito, apenas estragando o presente de Juliana, que ele agora usava, e que ele ia continuar avançando. Chegou a antecipar suas gargalhadas.

Mas não foi o que aconteceu.

O sangue espirrou do peito do rapaz como se, de repente, alguém apertasse um tomate muito rápido e muito forte ali. E, no mesmo instante, ele desabou. Não foi jogado para trás pelo impacto, com acontece nos filmes. Simplesmente desabou. Um pacote frouxo de carne se esparramando sobre o piso, de maneira deselegante. E ali permaneceu, imóvel, com uma poça vermelha cada vez maior se formando sob ele.

Zé Pedrinho lembrou-se de seu pai, que costumava dizer coisas como: Com uma arma na mão, qualquer um é macho, ou então: Depois que inventaram a pólvora, acabaram-se os valentes. Era a primeira vez que pensava conscientemente em seu pai há anos. E, se fosse possível para Zé Pedrinho sentir vergonha, teria sido naquele momento, quando precisara de uma espingarda para derrubar um magricelo que, em nenhum momento, sentira qualquer medo dele.

Um som desagradável, que parecia estar no fundo de sua cabeça, persistia após o estampido. Aí ele percebeu que era a esposa gritando. Segurou-a pelo braço e olhou nos seus olhos. Ela parecia não estar ali. Não vê-lo. Um bofetão fez com que ela se calasse, e dois bofetões conquistaram sua atenção.

-Chega! Ta feito! Não adianta gritar agora!
-Mas... e agora? Onde é que ta a ...
-Depois a gente pensa na Juliana. Ela deve estar por aí. Deve ter fugido quando este peste entrou, deixando o pai e a mãe pra trás, aquela ingrata! Agora tu vai fazer uma coisa.
-Eu não vou tocar nele! Eu não vou tocar n...
-Quieta, ou eu te faço calar a boca de novo. Tu é uma imprestável, nem me passou pela cabeça isso. Tu vai pegar a lanterna e vai chamar o Juarez e o Marcão.
-Pra quê?
-Pra que tu acha? A gente precisa dar um sumiço nesse marginal! O Marcão é amigo do delegado, e vai ajudar a arranjar as coisas. Enquanto tu faz isso, eu vou levar o traste pro porão e meter num saco.

A mulher ficou fitando o seu marido, de repente transformado num assassino frio e sem remorso. Depois tirou a conclusão de que não era tão surpreendente assim. Sempre fora um homem violento, embrutecido pela sua criação, pelo trabalho, pelo isolamento, pela vida. Nada surpreendente. E, com certeza, estava fazendo o melhor para todos. Saiu em silêncio para as trevas do lado de fora.

Já completamente seguro de si, e com a certeza de que esqueceria o medo que havia sentido e de que não teria dores na consciência por matar alguém que invadira a sua propriedade – coisa de fresco! – apanhou o corpo inerte e leve, deixando a espingarda de lado, e caminhou até a porta do porão. Estava aberta. Acendeu a luz e desceu a escadinha de madeira.

Jogou-o na terra batida do fundo. Seus olhos estavam fechados e sua expressão, em paz, como se estivesse dormindo. Puxou um pedaço de estopa e jogou por cima do cadáver. Depois se preocuparia em ensaca-lo melhor.
Enquanto caminhava para o andar de cima, observou a trilha que ele deixara pela escada. Chegou até o topo e pôde vê-la até o ponto onde ele tinha caído. Muito sangue. Muito mesmo. Olhou para trás. Agora era só uma massa disforme oculta pela estopa. Nem sequer se parecia com um ser humano. Mesmo assim, naquela iluminação fraca do porão, um pouco do medo absurdo que aquele jovem lhe provocara voltou.

-Tem nada pra se preocupar, ele já era!

Mesmo assim, fechou a porta do porão e usou a chave, que ficava pendurada ao lado.

Pegou a espingarda e apoiou-se na parede. Aquilo o cansara. Respirou fundo e esperou. Sua esposa estava demorando. E nem sinal de sua filha.
Sozinho. Sozinho em casa. Sem ter ninguém com quem gritar ou pra culpar. Ninguém para quem olhar ou com quem conversar. Ninguém.
Ninguém exceto um cadáver.

Conversar com um cadáver?
E se ainda não fosse um cadáver?

Bobagem. O tiro pegara do lado esquerdo. Não tinha como escapar. Bem... todo mundo conhecia histórias de gente que parecia estar morta – que devia estar morta, pelas leis que todos conhecem – e que não estava. Sujeitos com sete balas no corpo e uma no tambor, que vivem o tempo suficiente pra chegar perto do agressor e explodir a cabeça dele. Cabeça. Ele devia ter atirado na cabeça. Se não estivesse com tanto medo... talvez tivesse feito exatamente isso. Claro que, se não estivesse com tanto medo, talvez não tivesse atirado.

Bobagem. Não sentira medo nenhum. Se assustar um pouco quando levara aquele chute, mas não chega a ser...
Medo.

Acabara de ouvir. O jovem se arrastava lá embaixo. Podia ouvir o deslizar da camisola empapada de sangue sobre os grãos de terra. Não. Não. Não podia ser! Era sua imaginação! Ou então um rato ou uma raposa – gambá! O nome certo era gambá! Não existem raposas neste país! – se mexendo.
Então o gambá produziu outro som. Uma batida na madeira. Que madeira? A da escada. Que escada? A do porão, que ele está escalando. Sons descompassados sobre as tábuas. Se tornando mais ritmados a medida que se aproximam da porta.

Zé Pedrinho quer sair correndo. Suas pensar não respondem. Em parte por estar quase em pânico. Em parte porque, se o garoto está vivo – como assim se? É claro que está! Não dá pra negar o que se está ouvindo! – é pior fugir. É melhor agüentar firme. Ele vais sangrar até morrer, de qualquer jeito, ou então, logo, logo, a sua esposa chega com seus amigos.

Além disso, ele tem a espingarda. Ela está apontando para a porta. E a porta está trancada. Ninguém via conseguir...

Os sons param. Um breve instante de alívio. Em seguida um susto pior. A porta escancara-se com um estrondo e a fechadura salta para fora da madeira, caindo bem perto de seus pés. Suas mãos tremem. O invasor está lá, coberto de sangue, vestindo uma camisola esfarrapada e com aqueles olhos terríveis e brilhantes. Seus dentes estão arreganhados como os de um animal furioso, e escorre espuma por entre eles.

O segundo tiro sai. Zé Pedrinho deseja ardentemente que ele o empurre de volta escada abaixo. Tudo o que acontece, porém, é um rasgo a mais na camisola de Juliana. Nenhum sangue extra. E uma sonora gargalhada do invasor, que, com esta, acaba de recuperar seu bom humor sarcástico.
Neste momento, tudo o que poderia haver de coragem em Zé Pedrinho desapareceu. Ele largou a espingarda vazia e correu dali. Atrás dele, antes de começar a perseguição, o invasor gritou:

-Queria saber o que eu fiz com a tua filha, animal?!

Quando o homem em fuga pensou que iria alcançar a porta da frente, os passos soaram, rápidos, atrás dele. Uma mão forte e áspera agarrou seu ombro e o devolveu a chão. O menino agora parecia mais forte. Seus olhos brilhavam e seus dentes estavam como que num sorriso perpétuo.

Encurralado, Zé Pedrinho tentou chuta-lo. Com uma rapidez insuspeitada, as mãos ásperas do garoto agarraram seu pé e o viraram. Um grito de pânico e dor seguiu-se ao estalo.

Agarrou o inimigo caído pelos cabelos e o levantou, encostou-o na parede. Suas mãos tentavam afastar aquela coisa sem sucesso. Puxando os cabelos, o menino o manteve bem esticado, e, com a outra mão, apertou os testículos do homem, impondo silêncio através da dor.

-Eu fodi com sua filha a última semana inteira! Depois que ela saia da escola, no caminho de casa! E sabe do que mais? Ela adorou! E saber por que, seu puto? Porque ela não foi forçada!

Zé Pedrinho quis desmaiar. Como se sentisse isso, o rapaz aumentou de leve a pressão nos testículos, o que o manteve alerta.

-Mas eu conheço ela faz mais tempo. Ela contou das coisinhas que você fazia com ela no meio da noite, no quarto. Que surpresa me encontra no lugar dela, né? A Juliana te odeia, José Pedro, e eu to gostando muito dela...

-Por favor... por favor...silêncio. Um minuto inteiro de silêncio. O rapaz ficou sério, como se deliberasse. Um vislumbre de esperança passou pela cabeça do homem. O jovem finalmente respondeu:

-A Juliana também implorava, não implorava?

O couro cabeludo do agricultor foi arrancado, e um apertão mais forte esmagou o que o jovem estava segurando. Caindo no chão gritando, já quase perdendo a consciência, ele viu o invasor se aproximar da janela e escancará-la com um tapa. A Lua Cheia brilhava no céu. Ele ficou de frente para ela e rasgou a camisola no peito, como o herói de Metrópolis com sua camisa, há dois passos da cabine telefônica, expondo sua pele aos raios de luar. Zé Pedrinho o via tornar-se diferente. A besta em sua verdadeira forma.
-Foi um tiro certeiro... – disse o garoto, enquanto ainda tinha voz – mas a carga não podia ser chumbo...

A última coisa que o homem caído viu antes de perder completamente a lucidez foi algo que já não tinha mais o rosto de um homem. Mas ainda era possível reconhecer os mesmos olhos brilhantes e os mesmos dentes afiados.

Juarez e Marcão se aproximavam da casa a passo lento, acompanhados por Lourdes, quando ouviram o segundo tiro da espingarda. Em seguida, estavam correndo, e Marcão sacava seu revólver, que trouxera por precaução. Já era possível ver a casa, pois aquela noite estava especialmente clara.

Antes que chegassem à porta da frente, viram, pela janela da sala, saltar para fora da casa algo peludo e de quatro patas. Marcão despejou três balas naquilo, mas ele não se deteve, e seguiu seu caminho com passos silenciosos e velozes, para longe dos três.

-Errei...

-Tudo bem – disse Juarez – era só um cachorro, eu acho. Vamos.
Abriram a porta. Lourdes desmaiou e Juarez desviou o rosto. Marcão fitou, hipnotizado, os restos do festim.

O que sobrara do cadáver de Zé Pedrinho estava espalhado pelos quatro cantos da sala. Mas a cabeça estava inteira, para que não houvesse dúvidas sobre quem fora estraçalhado ali.

-Demorei, meu amor?

Juliana voltou-se para o lado. Esperar numa curva da estrada no meio da noite, depois de fugir de casa, sozinha, a tinha deixado um pouco nervosa. Mas agora lá estava o seu amado novamente. Sorridente, tranqüilizador, usando calça jeans, tênis, uma camiseta preta que ficava muito bonita contra sua pele pálida. E tinha no ombro sua própria sacola de viagem. A mesma com que ela o encontrara pela primeira vez, naquela mesma curva da estrada, na verdade uma trilha pela qual poucos passavam, que vinha do povoado. Ela cruzava aquele caminho todo o dia, e ele sempre parecera curto demais. Ele lhe dissera, naquele dia mesmo, que nunca ficava muito tempo no mesmo lugar.

Ela o beijou. E o beijo dele parecia ainda mais doce naquela noite. Parecia que todos os problemas e preocupações desapareciam quando ela o beijava.

-Demorou, mas eu te perdôo. Vamos?

-Trouxe a sua sacola.

A menina apanhou-a do chão e colocou-a sobre o ombro. Estava vestida de modo semelhante a ele, pronta para uma longa caminhada. A mais longa de todas. Decidida e feliz. Nem parecia a mesma de um mês atrás, que vivia paralisado pelo medo, sem saber o que era receber afeto, respeito e prazer. E ela disse, firme:

-A idéia de fugir com você foi minha, não foi?

E realmente fora. Apesar de leal e apaixonado, o namorado achava que ela não teria a coragem necessária, mas ela o surpreendera agradavelmente em muitos aspectos. Aquele era apenas um deles.

Os dois começaram a caminhar sob a luz da Lua. Enquanto caminhavam, o jovem notou que sua companheira estava um pouco sisuda demais.

-Você está com medo?

-Um pouco. Se meu pai nos achar, ele vai...

-Não se preocupe. Ele nunca mais vai te incomodar.

...Fim...
Adicionado: August 25, 2011 Responder a esta entrada  Apagar esta entrada  Ver IP
Post 124 Inserido por Comentário:
Nome: nil
De: franca
Email: Contacto
joyce tem muitos videos para colocar; estou escolhendo; e ainda esta semana eu vou por;
Adicionado: August 25, 2011 Responder a esta entrada  Apagar esta entrada  Ver IP
Post 125 Inserido por Comentário:
Nome: joyce
Gostei mto!!!! Não tem como não acreditar, né? Bem relatado e quase incontestável!!!!!

Nil to amando ta aqui no teu espaço ,já vi os videos ,quero mais bigaduuuuuu
Adicionado: August 25, 2011 Responder a esta entrada  Apagar esta entrada  Ver IP

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