...Fulano, dinheiro na tua e na minha mão na há de faltar, com sede tu nem eu haveremos de acabar, de tiro e faca tu nem eu há de pegar, meus inimigos não hão de me enxergar. A luta vencerei com a oração da Cabra Preta milagrosa. Fulano, com dois eu te vejo, com três eu te prendo com Caifaz, Satanás, Ferrabraz.

Terminada a oração, em voz alta, Diana riu debochadamente, bebendo em seguida seu suposto copo d’água e como se nada tivesse acontecido anteriormente voltou a conversar via MSN.

Tudo estava normal mais uma vez havia provado para si mesma e breve provaria para outrem que esse papo de oração do capeta era tudo bobagem.

Seguia sua noite normalmente como em todas as outras, tudo parecia trivial como em noites anteriores, exceto por uma sensação estranha que de súbito tomou conta dos cinco sentidos de Diana. Sentiu uma ventilação estranha, como se um inseto voasse pelo quarto, um farfalhar estranho tomou conta do ar em sua costa, aquela sensação estranha só parou quando aquele farfalhar pareceu pousar sobre sua cama, que ficava alguns metros de onde estava. Diana sentiu medo, não queria virar-se e ser tomada de assalto por uma visão aterradora.

Aquela sensação terrível tomou conta de Diana, ela tinha certeza que havia mais alguém em seu quarto, podia sentir o peso do olhar de uma pessoa sobre suas costas, e essa certeza de que havia alguém ou algo em sua cama lhe trazia um pavor incrível. Evitava ao maximo olhar para trás onde estava a cama, porem aquela sensação anterior havia cessado, entretanto o medo permanecia. Tentava distrair-se lendo os recados das amigas na tela do computador, mas seu medo parecia ter açambarcado todos seus sentidos, fazendo com que Diana não se concentrasse em uma simples linha de seus recados.

Suas pernas estavam geladas, o corpo parecia tremer, sentia uma espécie de pressão no pescoço deixando-o tenso e pesado; sentia um frio percorrer a nuca, uma sensação semelhante a de passar a ponta dos dedos no céu da boca.

Mesmo com o medo descompassando o coração; Diana resolveu olhar para cama... virou-se lentamente e nela apenas viu refletida a imagem de sua fértil imaginação: Nada havia. Voltou a conversar com a amiga Bruna via MSN, - como era tola em se deixar levar pelo medo, sentia-se uma criança de cinco anos. Olhou novamente em direção a cama, para mostrar a si mesma quão grande fora sua infantilidade e neste momento teve a visão mais aterradora de toda sua vida... Na parte debaixo da cama havia uma imagem horrível. Havia o rosto monstruoso e deformado de uma criança, a pele de sua face parecia estar apodrecida, seus olhos vermelhos e sem forma estavam mergulhados nos seus. Uma sensação angustiante tomou conta de Diana; sentia medo e nojo daquele ser. Começou a tremer e chorar em desespero, nunca sentiu tanto medo em toda sua vida, aquele corpo putrefato arrastava-se na direção dela, o quarto inteiro emitia um zunido estranho, no ar havia um miasma sepulcral, aquele cheiro podre parecia penetrar na pele de Diana.

Neste momento de forma inesperada aquela visão diabólica moveu-se numa velocidade incrível e prostrou-se sob os pés de Diana e em seguida aquele corpo fétido cravou os dentes em sua perna... Ela pode sentir sua boca gelada e apodrecida tocar-lhe a pele.

Diana desandou a chorar e gritar, porem ao olhar novamente para suas pernas percebeu que nela não havia ninguém.

Sua mãe entrou em seu quarto e tentou acalma-la, perguntava o que estava havendo por que ela estava gritando daquela forma, mas ela nada conseguia dizer, apenas balbuciava alguns sons desconexos. Neste momento ao olhar atrás de sua mãe ela viu um homem parado bem próximo as duas... Seu rosto não existia, sua face nada mais era do que uma mistura de carne apodrecida e sangue; uma massa sem forma, novamente aquele fedor inebriante tomou conta do ambiente.

Diana tentava falar, alertar a mãe, mas seu choro de tão desesperado travava sua respiração, ela apenas soluçava. Ela gritava tentava empurrar a mãe; queria sair dali de qualquer forma, mas a mãe a segurava, parecia não notar o perigo iminente. O homem estendeu as mãos e começou a toca em Diana... Suas mãos eram parecidas as de um leproso, aquela sensação imunda tomou conta de Diana, sentia aquele misto de carne e gosma tocar sua pele, as mãos apesar de podres e disformes conseguiam ferir Diana, que podia sentir o homem arranhar seus braços, estava ficando toda machucada. Sua garganta doía tamanha era força de seus gritos. Neste momento o mundo pareceu escurecer, sentiu a cabeça gelar; como que mergulhada em água fria, sua visão escureceu e Diana desmaiou...

Passada algumas horas a mãe de Diana, com a ajuda de seu pai, ligou para emergência. Logo chegaram os médicos que tempos depois a diagnosticaram como maníaco-depressiva que em um de seus momentos de crise sofrera um surto psicótico.

Diana foi internada, mas nunca deixou de ser perseguida por seus demônios. Até hoje seus gritos ecoam pelos corredores de um manicômio...

Sem palavras pra comentar algo aqui, história fantastica, grafia praticamente perfeita, arrisco-me dizer que você seguio o estilo do André Vianco,não?!. Mas de qualquer forma, PERFEITO. Com certeza alguém vai dizer que esse é lugar de relatos e não histórias. Mas nem dê ouvidos André. Só digo uma coisa.

PARABÉNS - Siga em frente.

Abraços.

Incrível como sempre!! Não tenho elogios a altura...sempre fiko devendo. Sou suspeita pra falar pq amo a maneira que André escreve. Amo seus contos!!
Lindo seu ponto de vista sobre o AMOR... é um sentimento que nos dias de hoje pra muitos ficou em segundo plano. Muita gente nao crê mais, eu creio. Assim como creio em Deus que é a forma mais linda e perfeita do AMOR!!

E mais uma vez: Vai escrever um livro menino!!

Amuh vc

''Amizade é outra forma de amor talvez uma das mais belas!!''

Caminhava solitariamente pelas ruas já a alguns metros bem próximos a sua casa, era uma noite normal, as nuvens densas, porem estéreis, tingiam o céu numa espécie de vermelho fosco, mais semelhante a vinho tinto. Podia sentir o aroma inodoro suave do sereno que lhe tocava suavemente a face, o único som audível naquele momento era o da sua sola ao tocar o chão. Era estranho, nessas horas nos imergimos numa insegurança estranha – não medo, mas certo desespero para logo chegarmos ao nosso doce e humilde lar.

Caminhou por mais duas quadras solitária até que num sobressalto fora acometida por uma voz soturna a suas costas

- Com licença!

Patrícia deu um salto e sentiu um frio percorrer-lhe a espinha e ir em direção a nuca, seu primeiro ato foi o de levar a mão em direção ao peito, como que querendo controlar os descompassados batimento cardíacos.

- Desculpe, não tinha a intenção de assustá-la, mas em uma noite como esta; creio que seria impossível.

Patrícia demorou mais um tempo até conseguir oxigênio suficiente para formar algumas palavras:

- Perdoa-me O- o- - Q-quem é você?

- Ah, perdoe-me – Disse o senhor estendendo-lhe as mãos – Meu nome é Ramiro

Todavia, sem embargo de boas maneiras Patrícia resolveu recusar o aperto e logo se desvencilhou do assunto:

- Pois bem senhor Ramiro, desculpe, mas já é um pouco tarde, tenho que ir...

- Não... Tudo bem! O que tenho para lhe dizer é breve, alias é apenas um pedido.

A sobrancelha direita de Patrícia ergueu-se meio desconfiada:

- Pois bem o faça, no entanto, não sei se poderei atendê-lo, mas at...

- É simples – interrompeu Ramiro – Entregue esta carta à senhora sua mãe e diga lhe que uma alma boa é uma lembrança eterna.

Patrícia não entendeu muito do que o homem quis dizer com aquilo, mas pegou a carta e em seguida o homem estendeu-lhe outra:

- Bem... Esta é para você.... Não abra agora, mas sim pela madrugada, por volta das 2h: 30min.

- Lamento senhor, espero que isto não seja nenhuma espécie de brincadeira.

- Garanto-lhe que não, seja breve, pois já passam da meia-noite.

O homem permaneceu um tempo frente à Patrícia. Era um senhor simpático; apesar de estranho, tinha cabelos e olhos castanhos e um olhar...bem, um olhar que possuía um fascínio estranho de desesperada necessidade, de anseio inexpressível. E num momento de distração o homem abraçou-a, um abraço caloroso, apesar de sua gélida temperatura corpórea, em seguida segurando-a ainda pelos ombros lhe deu mais uma olhada e lentamente se foi, caminhando naturalmente.

Patrícia ficou parada a pensar no que havia ocorrido a menos de duas casas da sua.

O homem já havia desaparecido, seguiu para casa bastante aturdida, adentrou e viu que a mãe dormia num sono pesado a sua frente. Resolveu deixa-la lá mesmo no sofá e resolveu pôr a carta que o estranho Ramiro havia lhe dado na mesa de centro e foi para seu quarto. Ainda curiosa não conseguia pensar em outra coisa a não sei no olhar daquele desconhecido, não havia nada de sexual ou embriaguez no olhar do homem, era mais um olhar de perda – triste e sem esperança, desesperado. Era isso, desesperado.

Não resistindo a curiosidade abriu a carta que o tal Ramiro havia lhe entregado e nela estava a seguinte mensagem:

“Passamos anos nos dedicando a sermos o melhor de nós mesmos e esquecemos que o melhor que somos é resultado da confiança e empenho que amigos, parentes e todos que nos amam nos dedicam. Sonhamos em ter uma imagem e esquecemos de ter uma alma. Lamentamos o tempo que temos com quem nos ama, mas não nos importamos em perder a vida com quem muitas vezes nos faz mal.

Elizete sua mãe é uma pessoa mais que especial, soube dar amor a quem merecia e até mesmo a quem não merecia. Orgulho-me de ter tido ótimos momentos com ela e de tê-la amado por toda a vida, porém um homem jamais casa-se com a mulher que ama e assim foi comigo... Casei-me com outra mulher tive outra família, mas jamais pude esquecê-la...

Elizete mudou-se de minha cidade muito jovem, seu pai era militar e jurou que jamais eu poderia conhecer a criança, durante anos sofri com a duvida, quem seria a alma que representava o fruto do nosso amor, entretanto nunca tive coragem de investir na busca, afinal tinha outra vida para manter... durante os últimos dias da minha vida jamais passei um momento sem pensar em vocês...

Antes de morrer, orei a Deus por mais uma oportunidade para vê-las e ele misericordioso como sempre me concedeu esta graça. Quero que saiba que não poderei mais vê-la em vida, mas sua vida valeu por toda a minha existência.

Jamais fique triste minha filha, sempre existe uma segunda chance: 'Sede como os pássaros que, ao pousarem um instante sobre ramos muito leves, sentem-nos ceder, mas cantam! Eles sabem que possuem asas.' Creia em si mesma e ame o máximo de pessoas possível, quando mais amar, mais possibilidade terás de alcançar aquilo que sonhas.”

Patrícia abriu a porta do quarto e encontrou a mãe aos prantos ainda com a carta aberta e posta sobre a mesa.

Enfim as duvidas de Patrícia puderam ser respondidas naquela noite, mesmo que de maneira sobrenatural.

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“O passado não reconhece o seu lugar: está sempre presente”.
Mário Quintana

“A distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma ilusão teimosamente persistente”.
Albert Einstein

A vida muitas vezes não nos dá respostas plenas para aquilo que buscamos, todavia nos oferece a oportunidade de solucionar cada problema por sua vez. Muitos problemas são simples e muitas vezes a solução esta estagnada por culpa de nosso orgulho. Esquecendo que realmente o que une o homem a sua fé é o amor: O elo da existência... Não falo de um amor sexual ou algo puramente físico. Nos idiomas antigos havia diversas categorias de amor e uma palavra para definir seus significados. Os persas tinham 78, os gregos quatro e os povos que falavam latim cinco... Nós tentamos resumir um sentimento tão complexo em apenas uma.

A maioria não entende o que é realmente amar, julgam os jovens tolos, pois eles ainda acreditam no amor.

Outros dizem que não amam porque não confiam no amor alheio... Quando na realidade o amor é uma semente, e se queres vivê-lo em sua plenitude tem que gera-lo em si. Se a outra pessoa não amá-la ou subjugar seu amor, não tem problema nem arrependimento, já que o erro foi da pessoa e não seu... Ela não sabe a oportunidade maravilhosa que perdeu...

Acredito que amar é doar-se sem esperar muita coisa, por isso é importante declarar o que se sente. Vejo diariamente pessoas sofrendo por não viverem seu amor na plenitude. Infelizmente hoje em dia, com essa sociedade cheia de pudores, vejo pessoas sufocadas, sendo obrigadas a viver ao lado de quem ama sem poder expressar seu sentimento, muitos preferem manter a condição de amigo, só para estar perto, por medo de arriscar algo mais sério. Outros tratam mal e às vezes até declaram-se inimigas da pessoa que ama; só por medo de dizer “eu te amo”.

Amor é um sentimento incrível, o problema é que confundimos o amor com a sexualidade, ninguém pode dizer eu te amo, sem haver segundas intenções...

Amar é acreditar no outro, é perdoar sem medidas, é doar-se sem esperar nada em troca... (aproveite, não espere a morte lhe levar ao sobrenatural, viva este sobrenatural aqui)

Ótimo fds! Fiquem com Deus

André Oliveira

tem uma vez que me aconteceu uma coisa tão estranha, faz mais ou menos uns 7 anos atras; estava eu assistindo tv, e logo em seguida foi deitar, minha esposa esta já estava dormindo; deitei adormeci; ai eu acordo e me levanto; só que eu levantei do meu corpo saindo dele; nossa que estranho eu vendo eu deitado do lado de minha esposa eu olhando; ai eu sai andando pela casa fui a cozinha a sala e resolvi volta para o quarto; não sabia o que fazer; eu pensava que poderia esta morto; ai resolvi deitar de novo sobre meu corpo; ai eu dormi de novo; nossa que experiencia horrível; espero que ninguém passe por isso;eu fui atras de responta para o que me aconteceu e realmente tem gente que saem do corpo; mais eu realmente nunca mais quero passar por isso uma bom dia a todos.
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