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Conte uma relato sobrenatural que vc já viu ou ouviu falar..
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Post 318 Inserido por | Comentário: | |||||
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Olha Arthurius, sou suspeito para falar do Marcelo Tas, pois gosto do trabalho dele.
Mas concordo contigo que há blogs melhores do que o dele em língua portuguesa. Aproveito o contato para avisar: lembra aquela entrevista que fiz contigo sobre o Contos? Pois é, finalmente a publiquei Dá um passada no blog e vê o que achas. Espero que goste. E peço desculpas pela demora na publicação E mais uma coisa: bonito o layout do blog. Melhor do que antes Grande abraço! Contos de Terror & Cia
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Post 319 Inserido por | Comentário: | |||||
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Que história mais inacreditável…!
Sempre estive de acordo com a 1ª personagem e afinal, o seu anjo era um “anjo da morte”. Fiquei surpreendida. E olha que eu já li muitos policiais de suspanse. Muito bem estruturado o texto, os meus parabéns
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Post 320 Inserido por | Comentário: | |||||
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Ele amava a mãe como nenhuma outra pessoa. Ela se sacrificara por ele, perdera a saúde e a juventude, entrando e saindo de hospitais, tudo isso porque se recusara a abortá-lo e tratar um problema grave que piorou com a manutenção da gravidez.
Por isso mesmo, ele reconhecia em sua mãe alguém que fizera o sacrifício supremo por ele. Afinal de contas, mesmo viva, ela abdicara de uma vida plena e saudável apenas para que ele pudesse ver o nascer e o pôr do sol. Durante toda a sua infância, ele acompanhara o seu sofrimento, as dores, as internações as fortes hemorragias e a prisão domiciliar que seu estado de saúde construiu passo a passo durante longos anos. Mesmo assim, ela nunca o culpou; nunca disse que tinha se arrependido de nada e alegrava-se a cada dia por poder ver seu filho crescer e tornar-se um homem de bem. Sua maior alegria, foi segurar a sua netinha no colo e poder relembrar todo o amor e carinho que ela própria havia investido em seu filho. Mas, os anos de sofrimento, dores, internações e doenças finalmente cobraram o seu preço e, mesmo muito nova, sua saúde piorava a cada dia. As internações começaram a ficar mais freqüentes e as altas mais demoradas. Até que um dia ela se internou por seis meses e seu estado piorava rumo a um desfecho trágico. Os familiares e amigos a visitavam e tentavam animá-la. Mas, mesmo assim, ela sabia que não sairia mais daquele hospital. Seu filho ia sempre que o trabalho permitia, de dia ou de noite, visitá-la e eles riam relembrando as travessuras da mais nova integrante da família. Sua mãe sentia imensas saudades, mas o hospital não permitia que uma criança tão nova entrasse em suas dependências. Naquele ano o dia das mães seria comemorado no hospital. Apesar de tristes, os familiares se reuniram ao redor do leito hospitalar onde aquela mãe sabia que agonizava. Mesmo naquela hora triste o clima de amor e carinho aquecia o ambiente frio e impessoal do hospital. Quase ao fim do horário de visitas, o filho percebeu que algo estava errado, as unhas de sua mãe começaram a ficar arroxeadas e seus olhos pareciam vidrados; desesperado, ele gritou por ajuda e um batalhão de médicos e enfermeiros se precipitou pela porta com uma quantidade enorme de instrumentos para exames e outros aparelhos médicos. Diante do pânico, do choro e da comoção que tomou conta de todos; o filho permaneceu impassível no canto da sala gélida e agora imersa num barulho infernal. No fundo, ele sabia que não haveria volta. Sabia que sua mãe estava morrendo e, muito em breve, todo aquele amor e ternura simplesmente desapareceriam. Cético, ele era um homem sem religião e sem credo – o oposto total de sua mãe que sempre lutara para que encontrasse uma fé – vendo a vida de sua mãe esvair-se rapidamente, ele apenas podia pensar na injustiça e na terrível ironia que tudo aquilo significava. Jogou-se de joelhos ao chão e implorou, silenciosamente a Deus, que curasse sua mãe e permitisse que ela vislumbrasse o crescimento das netas. Os segundos passavam e mais médicos acorriam para tentar manobras de ressuscitação e os primeiros sussurros negativos começaram a surgir entre os médicos. Ele estava desesperado. Quanto mais implorava a Deus, mais Ele parecia ignorá-lo. Quando os médicos pararam de tentar reaminá-la, irado e desesperado, clamou então ao demônio que o ajudasse. Se Deus era surdo aos seus apelas, o próprio Lúcifer o ajudaria. Sem pensar duas vezes, ofereceu sua alma em troca da vida de sua amada mãe. Qualquer sofrimento valeria a pena se ela vivesse bem e saudável por mais alguns anos. Sua alma era um preço justo por uma vida inteira de amor e dedicação máxima que sua mãe lhe dera. Caído ao chão e imerso na agonia desse pensamento, ele sentiu um grande alívio e uma paz enorme. Ergueu a cabeça e notou que algo mudara no quarto: Agora, todo o tumulto e todo barulho haviam sido substituídos por uma calma estranha por um suave perfume fresco e doce. Os médicos haviam sumido e seus parentes também. No quarto estavam apenas ele e sua mãe; agora sentada na cama sorridente e estendendo os braços em sua direção. Louco de alegria; correu em direção a ela e atirou-se em seus braços chorando descontroladamente. Ela, com a sua simplicidade e carinho de sempre, apenas o abraçou com força e passou as mãos pelos cabelos desgrenhados do filho. Com carinho, ergueu o rosto vermelho e banhado de lágrimas do filho – segurando-o com as mãos firmes e suaves de sempre – e falando baixinho sussurrou em seu ouvido: – Meu filho, não se preocupe. Eu morri; mas vou para um lugar lindo onde não há dor nem sofrimento. Minha história e minha missão com você não acabaram. Para onde vou, continuarei velando e protegendo todos vocês e amando-os mais ainda. Não chore; fique feliz por mim e pare com essas besteiras. Se você não acredita em Deus ou duvida de sua bondade, não queira evadir-se para o lado das trevas. Afinal; lá há apenas isso: escuridão e sofrimento. Siga sua vida, proteja sua família e cuide do seu pai. Um dia todos voltaremos a nos encontrar. Seja o homem que eu criei; bom, sincero e com um coração enorme. Apenas isso. A cena desvaneceu-se e toda paz e harmonia do momento voltaram a ser substituídas pelo choro, pelos gritos e pela confusão geral. Os médicos, já haviam deixado a sala e alguns enfermeiros preparavam o corpo para descer ao necrotério. Durante um bom tempo, os enfermeiros discutiriam entre si, o estranho rapaz que vira a mãe morrer e, ao fim de tudo, exibia um estranho sorriso nos lábios e uma calma incrível diante de tal tragédia.
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